Subiu os poucos degraus até chegar à porta. Enfiou a mão na carteira à procura da chave. Encontrou o porta moedas, um maço de tabaco, dois isqueiros, o porta-documentos, o livro de cheques, um baton, um livro, milhões de talões de compras. Só não encontrou o que realmente procurava.
- Pensa... onde é que raio deixaste tu a chave de casa?
Lembrava-se perfeitamente de ter trancado a porta de manhã e de ter enfiado o porta chaves na carteira.
- Porra! Vou ter que ir a casa dos meus pais acordá-los a esta hora da noite.
Voltou a descer os poucos degraus até chegar à rua. Entrou no carro bufando e soprando e chamando-se nomes a ela própria.
- Que parva, que estupida. Onde é que andas com a cabeça... É sempre a mesma merda!
Sentou-se, fechou a porta do carro com a força com que se fecha o portão ferrugento de uma garagem.
Pegou na carteira, virou-a e despejou tudo em cima do banco. Chaves... nem vê-las.
Irritada, sacou de um cigarro. Remexeu na tralha que agora revestia o banco do carro à procura do isqueiro.
- Ah ah... apanhei-te, disse ela ao encontrá-lo. E nisto escapa-lhe o objecto da mão e vai parar-lhe debaixo do assento.
Curvou-se o melhor que podia mas a sua flexibilidade já não era o que era. A muito custou lá conseguiu enfiar a mão debaixo do assento e encontrou o isqueiro.
- Olha... está aqui mais qualquer coisa. Vai estica-te só mais um bocadinho que tu consegues. Isso...
E lá estava ela com a chave de casa na mão.
- Que alivio!
Voltou a subir os poucos degraus até chegar à porta.
Finalmente ia poder deitar-se.
3 comentários:
Um dos isqueiros é MEU!!! Lol. :D
Não fumes mais disso...
Neste post, qualquer semelhança com a realidade é pura coincidencia
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