O caos em que se encontrava o apartamento dela não a incomodava. Sempre deu mais importância aos pequenos prazer da vida do que às vassouras e afins. Mas naquele dia, uma súbita vontade de limpar, esfregar e arrumar apoderou-se dela. Era como se a energia que gastava aliviasse a raiva que jorrava de dentro dela. Fazia da vassoura a sua espada para se defender do lixo que temia apoderar-se da sua alma. Esfregava as paredes pensando que, tal como nos contos das mil e uma noites, pudesse sair dali um génio que a pudesse salvar dos males que teimavam em não a largar.
Quando as forças finalmente a abandonaram, deu com ela deitada no frio azulejo. Tinha chegado à conclusão que os pequenos prazeres da vida não se encontravam entre aquelas paredes. Calçou as sapatilhas gastas pelo uso, vestiu o casaco debotado e saiu.
CristinaGuerra
3 comentários:
pois... logo se vires alguma... foge!! estás a ficar louca ;P
Uma lâmpada mágica dava jeito! Não há suplentes lá por casa? ;)
Calça as sapatilhas e vai dar uma volta, ver o sol, o rio e o mar. arejar. :)
Beijos Cris
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